O Arcadismo no
Brasil teve início no ano de 1768, com a publicação do livro “Obras” de Cláudio
Manuel da Costa.
Nesse período
Portugal explorava suas colônias a fim de conseguir suprir seu déficit
econômico. A economia brasileira estava voltada para a era do ouro, da
mineração e, portanto, ao estado de Minas Gerais, campo de extração contínua de
minérios. No entanto, os minérios começaram a ficar escassos e os impostos
cobrados por Portugal aos colonos ficaram exorbitantes.
Surgiu, então, a
necessidade do Brasil de buscar uma forma de se desvincular do seu explorador.
Logo, os ideais revolucionários começaram a se desenvolver no Brasil, sob
influências das Revoluções Industrial e Francesa, ocorridas na Europa, bem como
do exemplo da independência das 13 colônias inglesas.
Enquanto na
Europa surgia o trabalho assalariado, o Brasil ainda vivia o tempo de
escravidão. Há um processo de revoltas no Brasil, contudo, a mais eloquente
durante o período árcade é a Inconfidência Mineira, movimento que teve envolvimentos
dos escritores árcades, como Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio
Manuel da Costa, além do dentista prático Tiradentes.
Como a tendência
é do eixo cultural seguir o econômico, os escritores árcades são, na maioria,
mineiros e algumas de suas produções literárias são voltadas ao ambiente das
cidades históricas mineiras, principalmente Vila Rica.
O Arcadismo tem
como características: a busca por uma vida simples, pastoril, a valorização da
natureza e do viver o presente (pensamentos causados por inspiração a frases de
Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”- aproveite o dia).
Os principais
autores árcades são: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, Basílio da
Gama, Silva Alvarenga e Frei José de Santa Rita Durão.
· Utilização de personagens mitológicas;
· Idealização da vida campestre (bucolismo);
· Eu lírico caracterizado como um pastor e a
mulher amada como uma pastora (pastoralismo ou fingimento poético);
· Ambiente tranquilo, idealização da natureza,
cenário perfeito e aprazível (locus amoenus);
· Visão da cidade como
local de sofrimento e corrupção (fugere urbem, fugir da cidade em
latim);
· Elogio ao equilíbrio e desprezo às extremidades (aurea
mediocritas - expressão de Horácio);
· Desprezo aos prazeres do luxo e da riqueza (estoicismo);
·Cortar o inútil ("inutilia truncat")
· Aproveitamento do momento
presente, aproveitar a vida, devido à incerteza do amanhã. Vivência plena do
amor durante a juventude, porque a velhice é incerta (carpe diem).
~Luiz Fernando de Lima
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