O termo Arcadismo é derivado de
Arcádia, região da Grécia onde pastores viviam em harmonia com a natureza,
gostavam de poesia e eram chefiados pelo deus Pã. Neoclassicismo, palavra que
também designa o estilo desta fase literária, é utilizado para explicitar a
atitude que os escritores tinham em escrever como os clássicos renascentistas.
Os
autores árcades propõem uma literatura mais equilibrada, diferente dos
excessos barrocos, e com uma linguagem mais simples se tem uma visão menos
problemática da vida. Algumas características do Arcadismo estão no ar
filosófico, os elogios dos prazeres físicos e o sensualismo.
Durante o
reinado de João V de Portugal (1707-1750) percebe-se, no país, uma certa
abertura intelectual e política, como por exemplo a licença concedida à
Congregação do Oratório para ministrar ensino, até então privilégio da
Companhia de Jesus.
Em 1746,
Pe. Luís Antônio Verney, inspirado nas ideias dos racionalistas franceses,
publica as cartas que compõem o seu "Verdadeiro Método de Estudar",
obra em que critica o ensino tradicional e propõe reformas que visam a colocar
a cultura portuguesa a par com a do resto da Europa. A partir disto vem a questão
da missão de "iluminar" Portugal.
Em 1756, aconteceu a fundação da Arcádia Lusitana,
tendo como referência a Arcádia Romana. No contexto histórico, Portugal se
integra ao restante da Europa e nas terras lusitanas há uma tentativa de reformar
o ensino superior a partir de ideias iluministas; marquês de Pombal expulsa os
jesuítas e desvencilha o ensino escolar da Igreja Católica.
Em 1779,
é fundada a Academia de Ciências de Lisboa, com o objetivo de atualizar o
progresso científico da época. No Arcadismo português a poesia é mais cultivada
do que a prosa, o autor mais cultuado nesta fase literária portuguesa é Manuel
Maria Barbosa Du Bocage, poeta que nasceu em 1765, em Setúbal, ingressou na
Escola na Marinha, mas vivendo numa ida boêmia teve uma vida militar irregular.
Em viagem à Índia esteve por algum tempo no Rio de Janeiro, retornando a
Portugal em 1790.
Do
Arcadismo português, também merecem destaque os seguintes autores: Antônio
Diniz da Cruz e Silva, Correia Garção, Domingos dos Reis Quita, Nicolau
Tolentino de Almeida, Filinto Elísio, José Agostinhos de Macedo e Marquesa de
Alorna.
Du Bocage
alcançou grande sucesso literário em sua fase pré-romântica, revelando o seu
inconformismo com o rigor habitual dos autores árcades tinham em escrever,
Bocage se permiti se emocionar em seus poemas.
Trecho de
um poema de Du Bocage:
“Meu
ser evaporei na lida insana
Do tropel das paixões, que me arrastava
Ah! Cego eu cria, ah! Mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana! ”
Do tropel das paixões, que me arrastava
Ah! Cego eu cria, ah! Mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana! ”
~Luiz Fernando de Lima
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